Luzia Bezerra da Silva

A Arte do Mosaico
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Sinopse

Nasceu ladeada de uma lagoa, na rua da Quitanda, atualmente rua Manoel Abreu, no centro de Arapiraca, também conhecido como Tanque de Fora, outrora de propriedade de Manoel André Correia dos Santos, um dos principais fundadores de Arapiraca.  Ali segundo a mesma, a área era explorado no fabrico de tijolos e telhas, formando desta maneira com a retirada da argila, tanques que transbordavam de água das chuvas, e que serviam de depósitos de água doce para o consumo dos moradores das redondezas. Ali os meninos se banhavam e era uma festa só. Na escuridão das noites à queima dos tijolos e telhas nas várias caieiras na lagoa das olárias, serviam de contemplação para os moradores adjacentes. 

Seu pai, José Leite Bezerra, foi carroceiro de tração animal, utilizados para o transporte de mercadorias, principalmente para a centenária feira de Arapiraca, também foi fumicultor. Sua mãe, Doralice Maria da Silva, foi uma prendada costureira e uma dedicada dona de casa. 

Aos dois anos de idade foi morar na rua Florêncio Apolinário, no histórico Alto do Cruzeiro, na casa de seus avós maternos: Arestides Cândido da Silva e Maria Francisca Sinimbú ( Sinhá Anita ou Anita parteira).

Ali as brincadeiras no colchão, de rodas, de pião, e outras mais, fizeram parte da ludicidade de sua infância! Estudou no Adriano Jorge com as professoras Maria Fragoso, Teresinha e Ema. “Foi danada, mas não ficou de castigo”, pois tinha vergonha das punições. 

Luzia fala que a água era carregada pelo vizinho Joel, em um jumento na baixada da rua Nossa Senhora de Fátima, e que na época de sua infância só existiam duas casas lá.

“Envolta do cruzeirinho de madeira, era uma festa linda no Alto”! Ali, havia apresentações de pastoril, e o alto – falante a espalhar músicas e recadinhos românticos. A igrejinha de São José foi construída por Juza Vital e sua esposa, com ajuda da comunidade. 

Conheceu seu esposo Paulo José Minervino, em uma festa na barraca do beijo na Escola Adriano Jorge, ali começou a namorar escondido, logo depois de um ano, casaram – se na igreja velha de Nossa Senhora do Bom Conselho. Casamento celebrado pelo Cônego Epitácio Rodrigues.

Seu marido era o proprietário de uma fábrica de sapatos na subida da ladeira da Governador Luiz Cavalcante, no Alto do Cruzeiro, também exerceu a profissão de vendedor de sapatos. 

Os carnavais na rua Aníbal Lima, na casa de Luiz Pereira Lima, a orquestra da Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, sob a batuta do Maestro Nelson Palmeira, tinha como alguns dos músicos, dois dos seus filhos: Petrúcio e Petrônio. Velhos carnavais vividos por ela! 

Aprendeu com sua avó Sinhá Anita Parteira, os ensinamentos da homeopatia das vinte e cinco sementes. Era o socorro de muita gente, pois a cidade não detinha nesta época de médicos. 

Vizinha e parente do Maestro Nelson Palmeira, um dos maiores ícones da cultura sonora – musical   arapiraquense.

Cantou hinos de louvor na Igreja de São José. Aprendeu a costurar, e as técnicas do mosaico em cerâmica, assim se transformou em uma das grandes artesãs da terra do Pedro Arestides da Silva e tantos outros. 

Trabalhou por trinta e um anos como merendeira e professora de disciplina na Escola 31 de Março. 

A (Intendência), a delegacia velha, a Fábrica de Vinagre Camarão, o bloco carnavalesco, “Os Cebolinhas do Alto do Cruzeiro”, povoam suas memórias! 

Esposa, mãe, cantora, costureira, detentora das delicadas técnicas do mosaíco de cerâmica, partícipe e testemunha da efervescência cultural do Alto do Cruzeiro. Assim, Luzia Bezerra da Silva, é uma das Raízes artísticas de Arapiraca.