Dona Noêmia Wanderley foi entrevistada pela equipe do documentário audiovisual Raízes de Arapiraca

Davi Salsa

Ex-prefeita de Cacimbinhas e matriarca de uma das famílias mais tradicionais da política alagoana, Dona Noêmia Wanderley tinha sete anos de idade na época em que o bando de lampião invadiu a cidade e matou a tiros o seu avô, um primo e um empregado da fazenda.

Hoje, com 89 anos de idade, Dona Noêmia ainda lembra do triste episódio, ocorrido no ano de 1936, na Fazenda Manibu, de propriedade de seu avô Antônio da Costa Ferro.

A matriarca relatou os detalhes da chacina, na manhã desta quarta-feira (14), na casa em que ocorreu a tragédia familiar, durante entrevista para a equipe de produção do documentário audiovisual Raízes de Arapiraca.

Idealizado pelo deputado estadual Ricardo Nezinho, o projeto teve sua primeira etapa lançada, no ano passado, com o relato de 40 nativos e antigos moradores que ajudaram a construir a história da terra de Manoel André, o fundador de Arapiraca vindo da cidade de Cacimbinhas.

Fotos: Sandro Ferreira (cortesia)

 

Dona Noêmia, que é mãe do médico-cardiologista José Wanderley Neto, do ex-prefeito Roberto Wanderley e avó do presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e atual prefeito de Cacimbinhas Hugo Wanderley, disse que na chacina morreram seu avô Antônio da Costa Ferro, o primo dele Petronílio Freitas Camelo e o empregado conhecido como Inácio.

“Acredito que os cangaceiros estavam à procura de dinheiro e comida para abastecer o bando. Como meu avô era um homem muito valente, lutou com aqueles homens e acabou morto na chacina”, acrescentou Dona Noêmia, que sempre visitava Arapiraca como afilhada de Afra de Albuquerque Lima e prima legítima do já falecido deputado estadual arapiraquense Claudenor de Albuquerque Lima.